Florença: Beleza italiana

Em uma cidade em que a arte respinga até nas placas de trânsito – um Pac Man engolindo o sinal de “não entre” e outras intervenções do artista francês Clet Abraham estão por todos os lados –, se pode esperar muito. Mesmo que ela tenha apenas 482 mil habitantes. É que em Florença tamanho não é documento.

A terra do Renascimento, que guarda o legado precioso de Michelangelo, Donatello e outros gênios italianos, é perfeita para ser percorrida a pé e essa é a melhor maneira de não deixar passar nenhum dos monumentos, museus e jardins obrigatórios escondidos em cada esquina. Nem as gelaterias, os cafés, os restaurante de cozinha sazonal e os ateliês de artistas de variados ofícios que também fazem da cidade referência na moda. Se cansar de bater pernas, lembre-se que essa é a capital da Toscana e suba em uma vespa para vivenciar a dolce vita italiana como se deve.

Comer

La Carraia: Vir a Florença e não tomar um típico gelato é quase uma heresia. Não deixe de experimentar as opções cremosas da La Carraia, sorveteria que também faz sucesso entre os locais. Os sabores mudam conforme a estação e um dos mais populares é o de pistache. O negócio é pegar uma casquinha e ver o fim de tarde derreter à beira do rio Arno, que fica logo ali.

Tamerò: Em meio às tradicionais trattorias de Florença, o Tamerò se destaca pelo ambiente descolado. A casa, que fica na Piazza Santo Spirito, área boêmia da cidade, se classifica como um pasta bar. Além do menu sazonal de massas artesanais, conta com boa carta de vinhos, cervejas e música ao vivo.

Mercato Centrale: Dois programas gastronômicos em um só. Assim é o mercado central de Florença. No térreo, o clima é de feira coberta, com opções de frutas, queijos, vinhos e massas artesanais. Já no piso superior, aberto até meia-noite, estão os restaurantes que servem desde a tradicional pizza toscana até comida japonesa.

Il Latini: Venha com apetite – ou em uma turma grande –, pois no clássico Il Latini, prato cheio não é metáfora. A especialidade da casa, que só trabalha com ingredientes da região, é a famosa bisteca fiorentina, servida não por porção, mas por peso. E detalhe: o mínimo é nada mais, nada menos, que um quilo.

Comprar

Stefano Bemer: Sapataria especializada em acessórios de couro para homens. Traz no catálogo: calçados, cintos, cadarços e pulseiras de relógio. Feitos sob medida e de modo artesanal, os artigos podem ser trabalhados em 180 tipos de couro – incluindo a pele de animais como sapo e hipopótamo. Em parceria com a Scuola del Cuoio, loja que contempla também o público feminino, oferece cursos para os interessados em aprender a arte.

Officina Profumo Farmaceutica Di Santa Maria Novella: Da rainha italiana Catarina De Médici à atriz espanhola Penélope Cruz, a farmácia em atividade mais antiga do mundo é procurada por muita gente. Aberta em 1612, vende de velas e pastilhas de hortelã-romana a cremes de beleza, perfumes e sabonetes envoltos em embalagens que por si só já valem a compra.

Raffaello Romanelli: Depois de admirar o Davi de Michelangelo e outras tantas esculturas, pode ser que pinte a vontade de levar uma na mala. No estúdio Raffaello Romanelli, dois irmãos da quinta geração de escultores da família vendem réplicas de obras famosas e peças autorais de mármore e bronze. Cursos, oficinas e projetos personalizados também são oferecidos.

Mio: Um dos espaços mais originais e ecléticos de Florença, o MIO funciona como a primeira vitrine de jovens artistas e designers da região. Entre os trabalhos expostos – de pôsteres de filmes a utensílios de cozinha indianos –, há peças feitas com material reciclado. Recentemente, a loja começou uma parceria com o artista de rua francês Clet Abraham, cuja arte pode ser vista nas placas de trânsito da cidade que ele adesiva injetando graça no que era para ser sério. Para voltar para casa com um suvenir dos mais autênticos.

Sair

Teatro Del Sale: Criado pelo celebrado chef Fabio Picchi, o Teatro del Sale propõe uma experiência cultural e gastronômica única. Em um cruzamento da região da basílica de Santa Croce, quatro estabelecimentos oferecem aos visitantes jantar, vinho e um show, peça ou performance. De uma janelinha da cozinha, um dos cozinheiros vai anunciando uma sucessão de pratos, servidos em uma mesa comunitária e disputados pelos clientes. No fim, as mesinhas são afastadas para o show, que variam de flamenco a rockabilly.

La Cité: Decorado com mobília vintage, o La Cité é uma interessante combinação de café e bar, livraria e refúgio para os amantes de jazz. Costuma atrair jovens intelectuais que mais do que uma noite agitada na pista priorizam trocar algumas ideias regadas a um bom vinho.

Le Volpi e L’uva: No bairro de Oltrarno, a alguns passos da Ponte Vecchio, fica uma das melhores enotecas da cidade. Focada em vinhos feitos com uvas de pequenos produtores da região e elaborados com agricultura orgânica e biodinâmica, a Le Volpi e L’uva oferece menu degustação. Com quatro taças e uma seleção de queijos e carnes curadas, o Degustazione Guidata é ideal para um casal (25 euros por pessoa).

Ditta Artigianale: Em um imóvel de dois andares erguido nos anos 70, o barista Francesco Sanapo prepara um dos cafés mais memoráveis de Florença. Mas não é só: o brunch e o almoço servidos aqui, com direito a um menu de lanches no estilo de tapas, fazem do lugar um agito só. Ah, a “cafeteria’’ ainda oferece 150 tipos de gin. Prove o Peter Florence, o menino dos olhos da casa.

Fotos: Marcelo Naddeo

Quando ir

Visitar Florença durante a primavera, de março a 20 de junho, é um ótimo período do ano. Além de encontrar temperaturas agradáveis, com média de 23°C, a cidade fica repleta de cores, com uma grande variedade de flores nos jardins. Para quem gosta de aproveitar os passeios diurnos, a boa notícia: assim como no verão, os dias na primavera ficam mais longos, até às 21h.

Como chegar

VOOS

Os voos chegam ao Aeroporto Amerigo Vespucci ou Firenze Peretola (FLR), situado a 6 Km do centro de Florença.

Hotéis em Florença

Palazzo Di Camugliano:

Construído no século 16 como residência de um marquês florentino, o hotel é requisitado por viajantes mais experientes e jovens casais em lua de mel. Os 10 quartos variam em tamanho, mas todos têm lareira e cama com dossel – alguns contam ainda com afrescos no teto. No verão, o café da manhã é servido no jardim. Um refúgio privilegiado no centro da cidade.

Villa Cora:

Um retiro campestre a 15 minutos a pé do centro, o Villa Cora entretém os hóspedes com passeios de vespa e aluguel gratuito de bicicletas. O spa oferece cuidados faciais Sarah Chapman e a linha corporal da tradicional Officina Farmaceutica di Santa Maria Novella; a piscina externa é aquecida e aberta o ano todo. Como se não bastasse, o chef ensina pessoalmente receitas da cozinha mediterrânea.

The St. Regis Florence:

Alojado em um palácio do século 18, tem 107 luxuosos quartos – boa parte deles com vista para o rio Arno. Sua cozinha fica por conta do renomado restaurante Winter Garden by Caino, que é uma atração à parte. Supervisionado por duas chefs estrelas Michelin, apresenta um cardápio com sabores sazonais e produtos locais que valorizam a tradição gastronômica da Toscana.

Continentale:

A combinação das cores branca, creme e couro usadas em sua decoração dão ao Continentale ares dos anos 50 e 60, mas são hóspedes moderninhos que circulam por aqui. No rooftop, o lounge bar La Terraza é o local perfeito tanto para aulas de yoga pela manhã ou para um coquetel no final da tarde.

Dicas de viagem

Galleria Dell’Accademia:

por mais fotos da estátua de Davi que se tenha visto no Google Imagens, nada se compara ao arrebatamento de topar com a obra-prima de Michelangelo. Entregue ao mundo em 1504, a escultura de mármore fica sob a abóbada da Galleria dell’Accademia. Nas demais salas, estão espalhadas obras de artistas locais dos séculos 13 a 16. Para evitar as filas rotineiras, compre a entrada antecipadamente.

Palazzo Pitti:

preserva oito museus em seu interior e está rodeado por três lindos jardins: o Bardini, o menor, mas não menos bonito; o Torrigiani, o maior jardim particular murado do mundo; e o (lá vem outro adjetivo – de fato, tudo é superlativo por aqui...) enorme Boboli, que está mais para um parque. Seus chafarizes e estátuas não deixam o nível do capricho artístico cair.

Galleria Degli Uffizi:

um dos melhores acervos renascentistas do mundo, senão o melhor. Guarda diversas pinturas que povoam nosso imaginário desde sempre – O nascimento da Vênus, de Botticelli, A anunciação, de Leonardo da Vinci, a Medusa, de Caravaggio... Vá com bastante tempo disponível (desses lugares onde o dia passa em um estalo...) para vencer as aglomerações de turistas de queixo caído diante de obras eternas.

Duomo:

dispensa indicação – mas não pode ficar fora da seleção. O Duomo se faz notar de qualquer parte de Florença – e de fora dela também. Para melhor compreender a dimensão da Cattedrale di Santa Maria di Fiore, construída em mármore branco, rosa e verde ao longo de 150 anos a partir de 1296, é preciso encarar 463 degraus de escadarias estreitas até o topo da cúpula de 91 metros. A recompensa vem em dose dupla: a vista interna da catedral e depois a vista para toda a cidade.

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